Pesquisas recentes sugerem que o autismo pode estar ligado a alterações na microbiota intestinal da mãe durante a gravidez. Um estudo da Universidade da Virgínia, publicado no Journal of Immunology, identificou que desequilíbrios bacterianos no intestino materno podem influenciar o desenvolvimento cerebral do feto.
🔬 O que os cientistas descobriram?
- Gestantes com microbiota inflamatória produziram altos níveis da molécula IL-17A.
- Essa substância atravessa a placenta e pode afetar o cérebro em formação.
- Em testes com camundongos, os filhotes apresentaram comportamentos semelhantes ao transtorno do espectro autista (TEA), como menor sociabilidade e movimentos repetitivos.
🧪 Experimentos reforçam a hipótese
- Quando a microbiota inflamatória foi transferida para fêmeas saudáveis, os novos filhotes também mostraram traços autistas.
- Bloquear a IL-17A durante a gestação impediu esses efeitos, mesmo com a presença das bactérias originais.
⚠️ Ainda não é definitivo
Embora os resultados sejam animadores, eles vêm de estudos com animais. Ainda não há comprovação direta em humanos. No entanto, os achados indicam que fatores como dieta, uso de antibióticos e estresse materno — que afetam a microbiota — podem influenciar o neurodesenvolvimento do bebê.
🌱 Cuidados com a microbiota antes e durante a gravidez
- Alimentação rica em fibras
- Consumo de iogurte ou kefir
- Redução de alimentos ultraprocessados
- Controle do estresse
Essas práticas podem ajudar a manter o equilíbrio bacteriano e, possivelmente, proteger o desenvolvimento neurológico do bebê.
Aqui está um panorama atualizado sobre descobertas científicas recentes sobre o autismo ao redor do mundo
🌍 Descobertas Científicas Recentes sobre o Autismo
1. Espaços cerebrais ampliados em bebês
Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte descobriram que bebês com espaços perivasculares aumentados no cérebro têm 2,2 vezes mais chance de desenvolver autismo. Esses espaços estão ligados à limpeza de toxinas cerebrais e à qualidade do sono.
2. Crescimento acelerado da amígdala cerebral
Estudos com ressonância magnética mostraram que bebês com autismo apresentam crescimento excessivo da amígdala entre 6 e 12 meses de idade. Isso pode permitir diagnósticos mais precoces e prever déficits sociais futuros.
3. Identificação de 102 genes ligados ao TEA
Pesquisadores americanos identificaram 102 genes associados ao risco de autismo. Essa descoberta pode revolucionar o desenvolvimento de tratamentos personalizados e exames genéticos para detecção precoce.
4. Autismo induzido em macacos para estudo
Cientistas conseguiram provocar comportamentos autistas em macacos por meio de manipulações genéticas. Isso abre caminho para entender melhor os mecanismos do transtorno e testar terapias em modelos biológicos mais próximos dos humanos.
5. Ocitocina intranasal melhora sintomas sociais
Um estudo piloto mostrou que doses reduzidas de ocitocina intranasal, combinadas com interações sociais positivas, melhoraram sintomas em crianças com TEA. É um avanço promissor no tratamento comportamental.
6. Microbioma intestinal e autismo
Pesquisas indicam que desequilíbrios na microbiota intestinal da mãe durante a gestação podem influenciar o desenvolvimento neurológico do bebê, possivelmente contribuindo para o autismo.
7. Síndrome genética rara no Brasil
Estudo da USP revelou que cerca de 12 mil casos de autismo no Brasil podem estar ligados à síndrome Phelan-McDermid, causada por uma alteração genética rara. Muitos desses casos não são diagnosticados por falta de exames genéticos.
❓ FAQ sobre Autismo
🔹 O que é o autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta a comunicação, o comportamento e a interação social.
🔹 O autismo tem cura?
Não há cura, mas intervenções precoces e terapias adequadas podem melhorar significativamente a qualidade de vida.
🔹 O que causa o autismo?
As causas são multifatoriais: genética, fatores neurológicos, ambientais e até microbioma intestinal estão sendo investigados.
🔹 Como é feito o diagnóstico?
Por meio de observações clínicas, testes comportamentais e, em alguns casos, exames genéticos e neurológicos.
🔹 O autismo pode ser detectado na gravidez?
Ainda não existe um teste definitivo, mas estudos genéticos e sobre microbiota materna estão avançando nessa direção.
🔹 O autismo é mais comum hoje?
Sim. A taxa de diagnóstico aumentou, passando de 1 em 150 crianças para cerca de 1 em 36, segundo estudos recentes.
